sábado, 14 de novembro de 2009

BWV 644 - Ach wie flüchtig, ach wie nichting

1.
Ach wie flüchtig, ach wie nichtig
ist der Menschen Leben!
Wie Ein Nebel bald enstehet
und auch wie der bald vergehet
so ist unser Leben, sehet!

1.
Ah! Quão passageira, quão de somenos
É a vida do Homem!
Como uma Névoa logo nasce
E também logo se esvai
Assim é a nossa Vida, vêde!

2.
Ach wie nichtig, ach wie flüchtig
sind der Menschen Tage!
Wie ein Strom beginnt zu rinnen
und mit Laufen nicht hält innen,
so fährt unsre Zeit von hinnen.

2.
Ah! Quão passageiros, quão de somenos
São os Dias do Homem!
Feito uma Corrente começa a correr
Segundo um Curso que nada contém,
Assim segue nosso Tempo aqui.

3.
Ach wie flüchtig, ach wie nichtig
ist der Menschen Freude!
Wie sich wechsein Stund und Zeiten,
Licht und Dunkel, Fried und Streiten,
so sind unsre Fröhlichkeiten.

3.
Ah! Quão passageira, quão de somenos
É a Alegria do Homem!
Tal como mudam Hora e Tempo,
Luz e Escuridão, Paz e Conflito,
Assim são nossas Alegrias.

4.
Ach wie nichtig, ach wie flüchtig
ist der Menschen Schöne!
Wie em Blümlein bald vergehet,
wenn em rauhes Luftlein wehet,
so ist unsre Schöne, sehet!

4.
Ah! Quão passageira, quão de somenos
É a Beleza do Homen!
Como uma Florzinha logo ela passa,
Quando uma rude Brisa sopra,
Assim é nossa Beleza, vêde!

5.
Ach wie flüchtig, ach wie nichtig
ist der Menschen Glücke!
Wie sich eine Kugel drehet,
die bald da, bald dorten stehet,
so ist unser Glücke, sehet!

5.
Ah! Quão passageira, quão de somenos
É a ventura do Homen!
Gira em torno de si como uma Esfera,
Ora aqui, ora acolá,
Assim é nossa Ventura, vêde!

6.
Ach wie nichtig, ach wie flüchtig
sind der Menschen Schätze!
Es kann Glut und Flut entstehen,
dadurch, eh wir es versehen,
alles muB zu Trümmern gehen.

6.
Ah! Quão passageiros, quão de somenos
São os Tesouros do Homem!
Podem trazer Paixão e Plenitude,
E por isso, antes que nos demos conta,
Tudo se esvai em ruínas.

7.
Ach wie flüchtig, ach wie nichtig
ist der Menschen Prangen!
Der in Purpur hoch vermessen
ist als wie em Gott gesessen,
dessen wird im Tod vergessen.

7.
Ah! Quão passageira, quão de somenos
É a Vanglória do Homen!
Quem na Púrpura alto se põe
Como um Deus assentado,
Será na Morte esquecido.

8.
Ach wie nichtig, ach wie flüchtig
sind der Menschen Sachen!
Alles, alles, was wir sehen,
das muß fallen und vergehen.
Wer Gott fürcht', wird ewig stehen.

8.
Ah! Quão passageiras, quão de somenos
São as coisas do Homem!!
Tudo, tudo que vemos
Isto há de cair e passar.
Quem teme a Deus, há de perdurar.


O texto de Michael Frank foi publicado em 1652, mas não foi incorporado ao Liedplan de Leipzig, sendo apenas posteriormente associado ao vigésimo domingo após a Trindade e com o tema da ‘morte e ressurreição’. A melodia foi publicada no mesmo ano, juntamente com o texto.

Stinson: “Essa obra também exemplifica claramente o tipo de prelúdio coral do ORGL. O texto compara a vida humana a uma fumaça que aparece rapidamente e se desfaz rapidamente. Bach captura esse sentido de transitoriedade com escalas correntes nas vozes internas e pausas freqüentes no baixo. Como Spitta disse, as escalas correm como fantasmas de névoa. O arranjo de Bach para esse coral no primeiro movimento da cantata 26 contém precisamente esse tipo de figuração escalar, assim como a Variação 4 da partita coral de Böhm para o mesmo coral. (...) Enquanto isso, o baixo soa um motivo que Keller comparou à ‘futilidade da existência humana” (pág 124).

Williams: “Um clássico exemplo do ORGL em sua técnica motívica, BWV 644 é baseado em dois diferentes motivos (manual e pedal), contínuos em seu fluxo do início ao fim, produzindo uma textura e um padrão harmônico de algum modo distante de qualquer óbvia harmonização decorada. Como os motivos em escala rectus e inversus são particularmente adaptáveis, algum cuidado é claramente tomando em BWV 644 para apresentar a combinação de modos variados e inventivos (...) O motivo do baixo começa como muitas obras do ‘período médio’ de Bach, mas seu padrão de pleno ostinato não é usual em sua constância até o fim e é interrompido apenas para evitar repetição” (pág 100-101).

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