sábado, 14 de novembro de 2009

BWV 643 - Alle Menschen müßen sterben

1.
Alle Menschen müßen sterben,
Alles Fleisch vergeht wie Heu;
Was da lebet, muß verderben,
Soll es anders werden neu.
Dieser Leib, der muß verwesen,
Wenn er anders soll genesen
Zu der großen Herrlichkeit,
Die den Frommen ist bereit.

1.
Todos os Homens hão de morrer,
Toda Carne passa, como a Palha;
O que vive, deve perecer,
Para que outro novo se faça.
Este Corpo, que há de se decompor,
Para o outro convalescer
Em muito maior Majestade,
Que para o Crente está pronto.

2.
Drum so will ich dieses Leben,
Wann es meinem Gott beliebt,
Auch ganz willig von mir geben,
Bin darüber nicht betrübt;
Denn in meines Jesu Wunden
Hab' ich schon Erlösung funden,
Und mein Trost in Todesnot
Ist des Herren Jesu Tod.

2.
E assim hei de esta Vida,
Quando meu Deus quiser,
De toda boa vontade entregar,
Em nada mais serei turbado;
Pois nas Chagas de meu Jesus
Já encontrei a Libertação,
E meu Amparo na Angústia da Morte
É do Senhor Jesus a Morte.

3.
Jesus ist für mich gestorben,
Und sein Tod ist mein Gewinn;
Er hat mir das Heil erworben,
Drum fahr' ich mit Freuden hin,
Hin aus diesem Weltgetümmel
In den schönen Gotteshimmel,
Da ich werde allezeit
Schauen die Dreieinigkeit.

3.
Jesus por mim foi morto,
E sua Morte é meu Ganho;
Para mim conquistou a Salvação,
E pois me vou daqui com Alegria,
Deste tumulto do Mundo
Para o lindo céu de Deus,
Onde por todo o sempre
Hei de contemplar a Trindade.

4.
Da wird sein das Freudenleben,
Da viel tausen Seelen schon
Sind mit Himmelsglanz umgeben,
Dienen Gott vor seinem Thron,
Da die Seraphinen prangen
Und das hohe Lied anfangen:
Heilig, heilig, heilig heißt
Gott der Vater, Sohn und Geist.

4.
Lá haverá a vida da Alegria,
Lá muitas mil Almas
São envoltas com o brilho do Céu,
Servindo Deus diante de seu Trono,
Lá resplendem os Serafins
E são as altas Canções retomadas:
Santo, Santo, Santo seja chamado
Deus Pai, Filho e Espírito Santo.

5.
Da die Patriarchen wohnen,
Die Propheten allzumal,
Da auf ihren Ehrenthronen
Sitzet die gezwölfte Zahl,
Da in so viel tausend Jahren
Alle Frommen hingefahren,
Da wir unserm Gott zu Ehr'n
Ewig Halleluja hör'n.

5.
Lá habitam os Patriarcas,
Os Profetas para sempre,
Lá em seu trono de Glória
Sentam-se os contados em Doze,
Lá os que em tantos mil Anos
Todos Santos conduzidos,
Lá para a glória de nosso Deus
Eterno Aleluia ouvimos.

6.
O Jerusalem, du Schöne,
Ach, wie helle glänzest du!
Ach, wie lieblich Lobgetöne
Hört man da in sanfter Ruh'!
O der großen Freud' und Wonne!
Jetzund gehet auf die Sonne,
Jetzund gehet an der Tag,
Der kein Ende nehmen mag.

6.
Ò Jerusalém, tu, bela,
Ah! Como venerável brilhas tu!
Ah! quão amáveis soantes Louvores
Ouve-se lá em tranqüila Paz!
Ó grande Alegria e Ventura!
Vem agora o Sol,
Vem agora o Dia,
Que nenhum Fim pode ter.

7.
Ach, ich habe schon erblicket
Diese große Herrlichkeit!
Jetzund werd' ich schön geschmücket
Mit dem weißen Himmelskleid
Und der goldnen Ehrenkrone,
Stehe da vor Gottes Throne,
Schaue solche Freude an,
Die kein Ende nehmen kann.

7.
Ah, eu já vislumbrei
Esta grande Majestade!
E portanto sou belamente adornado
Com a alva Túnica celeste
E a dourada Coroa da glória,
Posto diante do Trono de Deus
E contemplo tal alegria,
Que nenhum fim pode ter.


O texto de J.G. Albinus foi escrito para um funeral de 1632 e foi publicado nesse ano. A melodia foi escrita por volta do ano de 1660 e publicada em Weimar em 1681.

Stinson: “O grau com que o motivo é exposto pelas vozes internas em terças e sextas paralelas é insuperável mesmo no ORGL. A constante harmonização do motivos dessa maneira produz uma eufonia incomparável no resto da coleção. Se é comparável ou não a uma ‘suave melancolia’ (Spitta) ou uma ‘celeste felicidade’ (Schweitzer), o fato é que ele se mostra profundamente sereno. Bach, portanto, está descrevendo não a dura inevitabilidade da morte, como exposta no primeiro verso, mas a morte como uma plena de graça liberação das angústias terrenas – que é a mensagem principal do texto” (pág 123).

Williams: “A simplicidade da repetição e da técnica de pergunta-e-resposta entre manual e pedal em BWV 643 dariam uma nova face a qualquer motivo. A teia de alusões motívicas no coral é contínua, ainda que a ultrapassagem entre pedal e manual (que no primeiro compasso começa pela metade do motivo) dê a ambos continuidade e variedade. Assim, os cinco compassos que começam com dois ‘si’ na melodia (compassos 3, 4, 11, 14 e 15) são harmonizados de forma diferente, mas possuem detalhes específicos em comum. (...) Mas o segredo desse celebrado movimento não pode repousar apenas em sua competência motívica. Vem antes da simplicidade subjacente de sua judiciosa harmonia em quatro partes, sob uma melodia quase sem decoração quanto o cantus firmus pelo soprano em BWV 627 e 635” (pág 99).

Nenhum comentário:

Postar um comentário