quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A história de uma partitura

No breve artigo de Christoph Wolff, A cópia pessoal dos corais Schubler, é possível destacar basicamente a história da partitura que continha as correções pelo punho de Bach.

Ela é vendida por C.P.E a Johann Nicolaus Forkel por volta de finais do século XVIII e com a morte de Forkel, para outro colecionador, Gripenkerl, que a compra de seu inventário em 1819. Gripenkerl é o responsável pela edição Peters das obras para órgão. Quando este morre, em 1849, a cópia pessoal dos corais passa a outro colecionador, Siegried Wilhelm Dehn.

Quando este morre, em 1858, não está mais de posse da partitura. Provavelmente, foi dado como presente a uma aluna de Chopin, uma princesa polonesa, Marcelline Czartoryska (1817-1892). Quando Spitta escreve sua biografia, mantém correspondência com algum personagem polonês, que estava de posse da versão corrigida por Bach. Em 1882, essa versão desaparece.

Apenas em 1975, William Scheide consegue comprá-la de um livreiro de Oxford, Abi Rosenthal, certamente um intermediário de um possuidor reservado. Talvez botim de guerra.

O exame da cópia pessoal de Bach apenas confirma o fato de que os corais Schubler são cantatas reaproveitadas e sua história ajuda a desmentir a lenda do "papel de embrulho". Desde o final do século XVIII, materiais da pena do Mestre são mercadoria valiosa no mercado de documentos históricos.


(in George Stauffer e Ernest May. J.S. como Organista. Seus instrumentos, música e performance. Bloomington, Indiana University Press, 1986.)

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